segunda-feira, 21 de julho de 2008

Um pouquinho mais sobre Miriam, a Penélope Charmosa

A nossa amiga lá de Portugal, Celina, me convidou a responder a algumas perguntas simples, que tem o intuito de mostrar um pouquinho de quem sou. Como estou há tanto tempo sem postar nada, lógico que não poderia deixar de responder!
E, Celina, não me esqueci que você pediu para ver o Striped Top com gente dentro. Infelizmente, cada vez que eu ponho a blusa, já saio correndo, tenho sempre algo a fazer, e acabo esquecendo de fotografar. Mas prometo que vou fazer um post especial só pra isso!
Bom, vamos às perguntas e respectivas respostas:

* O que é que eu estava a fazer há 10 anos atrás?

Puxa, 10 anos é tempo pra caramba, não sei se lembro direito de tudo...
Eu tinha 25 anos e estava terminando um relacionamento que durou anos, e não estava sendo uma boa fase pra mim. Também estava começando a aprender a ser mãe e dona de casa, e retomando meus estudos, que eu tinha parado por conta da gravidez. Lembro que não foi fácil conciliar tudo isso, já que algumas vezes eu precisava levar minha filha para as aulas; por conta disso, ela ficou bem conhecida de minhas colegas de faculdade.
Também não estava sendo fácil aprender a cuidar da casa. Eu nunca tinha tentado antes, não sabia fazer nada. Mas era minha primeira casa, só minha e de minha filha, e eu tinha de me virar. Acreditem, eu comia comida congelada que minha mãe fazia e levava pra minha geladeira, porque eu não sabia sequer fritar um ovo! E na verdade, continuo não sabendo cozinhar, mas aprendi a usar panela com teflon para o ovo não virar farofa e a fritar batatas...
Nessa época também estava tentando aprender a ser empresária. Não uma grande empresária, apenas uma distribuidora independente de produtos Avon. Eu tinha uma ótima carteira de clientes, praticamente só amigas, o que facilitava as coisas, mas esse aprendizado me ajudou quando algum tempo de pois eu levei a sério a minha independência.

*Cinco coisas na minha lista de tarefas a fazer:

1-Terminar uma toalha de mesa bordada em ponto cruz que está guardada há aproximadamente 6 anos, e que acabo sempre esquecendo. Até já não tenho mais a revista, mas acho que dá pra encontrar o gráfico na net, a revista é famosa entre as bordadeiras do Brasil.
2- Aprender a fazer crochê. Há tempos vivo dizendo isso, e juro que tenho me aplicado, mas acho uma dificuldade imensa! É tão mais fácil fazer tricô que eu acabo botando o crochê de lado, mesmo sabendo que só aprendo se me dedicar de verdade.
3- Tricotar algo para meu marido. Eu até já fiz uns gorrinhos, mas todos acabam encontrando outro dono, ele até hoje não conseguiu ficar com nenhum.
4- Terminar a tradução do casaco Silver Belle mostrado na edição de 25 anos da Vogue. Na verdade, a tradução está feita, falta ainda terminar de digitar e passar pras meninas que pediram, apesar de eu duvidar que realmente esteja bem feita. Pedi ajuda a algumas pessoas, porque alguns pontos geraram dúvidas, mas só vou saber se está boa depois que tricotar o casaco pra mim, e isso vai levar algum tempo.
5- Organizar esse blog. O coitado anda que é uma bagunça! Nunca ninguém vai encontrar nada aqui, porque está muito desorganizado. Eu até comecei a fazer isso, mas com a crise de energia, acabei tendo de deixar tudo em suspenso. Mas uma hora esse negócio anda!

*Petiscos que eu gosto:

Ai, meu Deus!!! Eu sou louca por tudo que engorda!
Adoro batata-frita com ketchup, não posso nem ver batatas Pringles que já fico babando! Sou louca por Coca-Cola (não bebo água se tiver Coca na geladeira). Também sou daquelas que vai pra festa pensando nos salgadinhos -hehehehehehe, não me convidem, acabo com tudo rapidinho- e nos docinhos. E se tiver uma pastelaria que faz pastéis de queijo e de pizza fritos na hora servidos com caldo de cana, pode verificar: eu estou lá! E também vou estar na lanchonete da esquina, me acabando nas coxinhas de frango, nos enroladinhos de salsicha e nos quibes, tudo regado a Coca-Cola. Ah! e também podem me procurar nas sorveterias a quilo. Uma bola de sorvete pra mim é muito pouco, eu preciso misturar um monte de sabores cítricos regados com menta (a bebida alcóolica) pra me dar por satisfeita. Hehehehe! Que vergonha, uma mulher dessa idade! Eu só não engordo de ruim mesmo...

*Coisas que faria se eu fosse multimilionária:

Hummmm... algo impossível.
Mas posso sonhar. E a primeira coisa que me vem à cabeça é um sonho antigo: comprar pra mim uma ilha deserta, mandar construir uma casa espaçosa e aconchegante, transportar pra lá milhares de livros, fios e todas as agulhas e telas necessárias pra fazer arte, entupir os freezers até a tampa de Coca-Cola e comida congelada. Contrataria uma excelente governanta, um ótimo motorista, bons empregados domésticos e uma enfermeira pra deixar na minha casa cuidando dos meus filhos, e ia me mudar pra minha ilha . Tiraria férias de no mínimo um ano, totalmente reclusa com meus livros e meu artesanato. Só eu comigo mesma e minha própria pessoa acompanhada do meu umbigo...
Depois também ia querer um chalé nas charnecas inglesas, uma casinha próxima a um moinho holandês, uma mansão numa praia da Califórnia, um apartamento em frente ao Central Park e uma bicicleta pra dar umas voltas por lá.
Ia querer continuar nessa minha vida de cigana. Ia conhecer os lugares maravilhosos do Brasil que ainda não tive oportunidade de visitar, ia dar uma volta pelo mundo, dessa vez acompanhada pelas crianças, para que elas tivessem uma visão ainda maior da diversidade de culturas e, quando eu estivesse satisfeita, ia voltar pra minha ilha, deixando um convite em aberto aos filhos e ao marido...

*Lugares onde eu vivi:

Hehehehehe... Isso já é mais fácil. Nasci em Brasília e lá vivi até os 27 anos. Em Brasília nasceu minha primeira filha. Depois me mudei para o Sul. Fui para Santa Catarina com meu marido, e lá moramos em Brusque, uma pequena e encantadora cidade têxtil, interiorana, e lá nasceu minha segunda filha. Depois nos mudamos para Blumenau, uma cidade maravilhosa, pela qual me apaixonei. Saindo do Sul, fomos para o Norte. Passamos pelo Pará, mas nos fixamos mesmo foi no Amapá, onde vivemos 3 anos em Macapá, a capital, e devido ao trabalho do meu marido, vivi quase um ano no Oiapoque, que faz fronteira com a Guiana Francesa, onde ele trabalhava. Do Norte descemos para o Nordeste, direto para Fortaleza, a terra da luz, do sol, da alegria e onde, durante dois anos tive a sorte de viver ao lado da vizinha mais maravilhosa da face da terra, e que foi como uma irmã durante a gravidez e nos primeiros meses de vida do meu terceiro e último filho. Do Nordeste, nos mudamos pra a África. Viemos para Dakar, a capital do Senegal, país de meu marido. Não sei quanto tempo ficaremos aqui, visto que o trabalho de meu marido o leva aos lugares mais incríveis do mundo, e se ele fica muito tempo por lá, eu pego as crianças e meus livros e vou encontrá-lo! Talvez, dentro de pouco tempo, eu seja vizinha de alguma de vocês...

*Trabalhos que eu tive:

Não foram muitos. Até os 18 anos apenas estudei, e aos 15 anos, quando aprendi a tricotar, até me aventurei a vender alguns trabalhos por encomenda, mas achei que não valia a pena porque as pessoas achavam que o valor era muito elevado, enquanto eu achava muito pouco pra tamanha obra-de-arte...
Quase aos 20 anos, tive meu primeiro emprego numa rede de supermercados. Era auxiliar de escritório, mas acabei acumulando as funções de secretária e tesoureira - tempos de crise, aqueles... Quando mudei de cidade-satélite, perdi meu emprego, porque era bem longe e a empresa não aceitava pagar meu vale-transporte.
Fiquei uns 3 anos só estudando, fazendo cursos. Depois voltei a conseguir emprego em uma grande companhia, mas logo engravidei, entrei em depressão, meu relacionamento estava muito ruim e não aguentei a pressão. Antes de completar um ano, bem perto de dar à luz, pedi demissão. Depois disso fiquei trabalhando como representante da Avon, e fazia trabalhos voluntários para o Estado, sempre que possível, de preferência junto a idosos, que eu amo. Na faculdade fui secretária do Núcleo de Estudos da Terceira Idade por seis meses, e nesse tempo também fui voluntária nos encontros recreativos semanais do grupo de idosos que estavam sendo estudados.
Já no Sul, meu marido me deu uma loja de roupas em um shopping e eu a dirigi. Depois abrimos uma confecção para abastecer a loja, e eu assumi também essa responsabilidade.
Quando nos mudamos, tivemos de vender tudo, mas abri uma panificadora, depois veio outra e também uma lanchonete. Que também foram vendidas quando meu marido precisou mudar para o Norte. Lá eu não me aventurei a abrir nenhum negócio. Com a proximidade da Guiana Francesa, resolvi usar meus estudos para ganhar dinheiro fazendo algo que adoro: tradução. Fazia traduções para uma revista distribuída na Guiana, Amapá e Pará e, paralelamente, para particulares. Adorava o que fazia, e me empenhava a fundo, a ponto de receber convites para trabalhar na Guiana e na Martinica. Não fui porque minhas filhas, brasileiras, estavam estudando e eu não queria enfrentar toda a burocracia para levá-las para território francês. Quando saímos do Norte, resolvi trabalhar apenas com minhas traduções e ajudando meu marido. Isso já é trabalho pra burro! Tô pelas beiradas, precisando de uma folga urgentemente...

*6 pessoas que eu quero saber mais sobre elas:

Adoraria saber mais um pouquinho sobre a Nanda, a Mariana, a Beth, a Cléo, a Júnia e a Sandra. Sei que algumas delas estão ocupadíssimas, mas quando der...


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A crise energética está dando mostras de acabar. Seria muito bom! Também a água está sendo distribuída com mais abundância nesses últimos dias. Em compensação, o gás de cozinha está em falta, bem como o arroz, e está difícil conseguir gasolina a preço justo. A falta desses produtos está fazendo o preço disparar lá para o infinito, a situação aqui está ficando insuportável!
Mas eu sou Jó, eu aguento...

Beijinhos!

5 comentários:

Beth disse...

Oi Penélope,vou responder sim, e como você disse, vida de cigana, deve ser puxado, mas espero que conhecendo tantos lugares, compense tanta mudança...
Beijos

Celina disse...

Ah Miriam, adorei! Você também tem um jeito de contar as coisas que a faz parecer muito próxima! Adorei espreitar a sua vida. De monótona não tem nada. Quantos lugares! Essa ideia do refúgio particular eu subscrevo também (e a casa nas charnecas inglesas, para tricotar com chá e scones com o clima inglês). E acho o máximo você viver num país tão diferente do que nós conhecemos, viva a diversidade e o intercâmbio! Força para a toalha em ponto cruz (parecida com uma que eu ando para bordar há anos) e para o croché!
Beijinhos

Nanda Padilha disse...

Oi querida, adorei te conhecer melhor! Que vida emocionante, heim, dá pra escrever um livro. Pode deixar que eu aceito o desafio. Posso demorar um pouco, mas eu respondo. Vc nem imagina, mas estou com conjuntivite, doida da vida, pois não posso ficar perto do meu pitoco, tá difícil...ai ai...
Já as coisas por aqui no Brasil, também não andam muito boas, os preços lá no alto...
Bjs procês e que as coisas melhorem por ai

Mariana disse...

Adorei conhecer um pouco mais da tua vida! Puxa, obrigada por lembrar de mim, vou responder logo!

Ah que bom que você conhece o hino que postei, que legal. De que igreja você era?

Beijão!
Mári

Beth disse...

Penélope, já respondi, passa lá...
Beijos