Shedir e mais Shedir!!!

Affff...

Eu, que amo motivos trançados mas que detesto fazê-los por causa do tempo que se leva cruzando pontos pra lá e pra cá, bem que podia passar sem o Shedir...

Mas não tá dando. Parece que todos os amigos do meu marido resolveram andar com uma criação minha na cabeça. É um tal de fazer pedidos! Até que é gostoso ver meu trabalho apreciado, mas eu sei fazer muitas outras coisas além de gorros. Além do mais, de tanto tentar agradar os outros, acabo ficando sem tempo pra tricotar as peças que escolhi pra me divertir. Acho bom começar a aprender a dizer não...

Muitos Shedir passaram por minhas agulhas ultimamente e foram encontrar seus donos. Outros, foram desmanchados em nome da boa camaradagem. Resultado: um trabalho continuamente aperfeiçoado.

Esse branquinho foi um dos últimos, e é resultado de muitas e pacientes tentativas de acertar no tamanho do fio, número da agulha e, claro, número de pontos. Porque eu já tricotei esse modelinho como manda a receita e também alterando-a completamente!

Para se chegar a esse tamanho, tricotei a receita como manda... a receita! Alterações foram feitas no tipo de fio e nas agulhas para que houvesse alteração de tamanho sem alterar o desenho.

Meu bebê fez dois anos, é pequenininho ainda. Vejam que o gorrinho ficou certinho na cabecinha dele.

MODIFICAÇÕES:

Usei dois fios de lã 100% acrílica Cheval Blanc. Esse fio é indicado para roupinhas de bebê, muito fininho mesmo. Como andei experimentando muitos fios (inclusive desmanchando alguns gorrinhos simplesmente para testar), cheguei à conclusão que o Cheval Blanc serve a essa receita que é uma maravilha, se formos tricotar o modelo para crianças. Não sei se ele é vendido no Brasil, mas fios do calibre do Carinho, são um pouco parecidos com ele.

Para a barra, usei agulha circular 2,5 e aumentei o número de carreiras para 15, senão ia ficar muito estreita.

No corpo do gorro usei agulha circular e agulhas de duas pontas 3,5.

Usei o número de pontos sugerido na receita, mas suprimi as carreiras 45 a 52.

*Detalhe: tricoto muito apertado, e em se tratando de trançados, meu ponto fica ainda mais apertado!

Andei testando muitos fios e tamanhos de agulha, e cheguei mesmo a desmanchar, lavar e reutilizar o mesmo fio com agulhas diferentes, pra ver o resultado. Tanta pesquisa foi porque eu vi que as meninas não conseguem acertar com o fio e agulhas no Brasil.

Por isso, aqui está o resultado de minhas pesquisas com as sobras de fios que trouxe do Brasil:

* Usei ag. 3,0 com o fio Sedificada (verde e mesclado ). Gente, é impossível! Claro que esse fio é indicado pra agulhas mais grossas, mas sou teimosa... Além de ser ruim pra tricotar, o gorro continua grande. Talvez pra um gigante cabeçudo sirva...

* Fio Mollet (pink, se é que a cor em lã 100% acrílica faz diferença...) e agulhas 3,0 para a barra e 3,5 para o corpo. Ok, dá pra fazer.

Mas achei que tricotando todas as carreiras do gráfico fica muito largo e comprido. Desmanchado, suprimi duas seções e a largura melhorou, mas continuou comprido e pior: ficou muito pontudo. Desmanchado de novo, retiradas as duas seções e suprimidas as carreiras 45 a 52, o tamanho melhorou, mas continuou pontudo. Solução: suprimir as carreiras 72, 75, 78 e 81. Fica um gorro grande, para adultos. Mas lembrem-se: eu tricoto muuuuuuuuito apertado!

* Passando para fio mais fino: Nina. É um fio para agulhas finas, por isso usei agulha 2,5 pra barra e 3,0 no corpo. Ficou um tamanho bom pra um homem. Também desmanchaei e suprimi as carreiras 45 a 52 e as mesmas últimas carreiras mencionadas acima. Esse ficou bom para uma mulher, ficou mais curtinho. Depois, suprimi duas seções e as carreiras 37 a 52, e as carreiras já mencionadas. Ficou bom pra crianças.

Além desses resultados, encontrei outros, meio bizarros, que nem levo em consideração. Como esses eram os únicos fios usados no Brasil que eu tinha por aqui, não pude testar mais. Mas como vocês conhecem perfeitamente a espessura desses fios, acho que dá pra tentar com fios de calibre parecido. Acho uma pena eu não ter como mostrar pra vocês a espessura do fio Cheval Blanc, senão vocês teriam condições de encontrar algo parecido no mercado nacional.

* E uma última coisa: Eu tricotei todos os gorros em meia, como diz na receita. Mas talvez por meu ponto ser apertado, percebi que fica uma coisa meio que como linhas riscando o gorro, como se fossem listras, vocês perceberam na foto? Já tinha percebido isso, mas só há poucos dias cheguei à conclusão de que deveria ter usado o meia torcido. Fica a dica.

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E como a crise energética melhorou apenas 60%, tenho de postar aos pouquinhos.

Agora falta também arroz, além das outras coisas que eu já tinha comentado aqui, mas ontem chegou um navio carregado de arroz aí do Brasil. Talvez melhore um pouco pra esse povo, coitados... Eu até não sinto tanto a falta desse tipo de coisa, porque não consigo comer pratos da cozinha senegalesa, e o arroz que eles comem é 100% quebrado; eu não suporto! Minha comida é bem simples: arroz branco ou parbolizado com feijão carioca, preto ou rajado, macarrão e bife. E justamente por ser assim diferente, tenho que importar tudo. Acabo trazendo também charque, canjica, chocolate, miojo, rsrsrsrs. Quando acaba meu feijão é um deusnosacuda!!!

Mas espero sinceramente que as coisas melhorem. Não exitem tantas pessoas privilegiadas por aqui. A maioria maciça do povo é muito pobre, tem a vida muito dura. Quando o país passa por uma crise dessas, eles sofrem demais. Me dá uma pena... queria tanto ser multibiliardária nessas horas, pra ajudar todo mundo!!! Ô, vida doida!...

Beijinh0s e até o próximo post!